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Meninos e Meninas: Episódio 05

A câmera se afasta um pouco e mostra Sarah e Manu conversando do outro lado do pátio.

SARAH - Como assim você não sabe se gosta dele?
MANU - Eu gosto. Mas é diferente. Eu sinto vontade de ficar perto dele, eu sinto vontade de estar perto dele, de construir uma relação com ele. Mas eu não sinto vontade de beijar e... Enfim.
SARAH - Mas isso é super normal. Existem pessoas que se sentem atraídas sexualmente por um gênero e romanticamente por outro. É uma espectro quase que biológico da bissexualidade.
MANU - Mas e se ele não se sentir bem com isso? Ele deve me achar estranha, sei lá...
SARAH - Manu, antes de você se sentir bem com os outros nesse sentido, você precisa se sentir consigo mesma. Você já se masturbou?
MANU - Que espécie de pergunta é essa?
SARAH - Eu sei que é meio invasiva, mas é importante para o que a gente está conversando aqui. Você já se tocou, já se sentiu?
MANU - Poucas vezes, eu não gosto muito.
SARAH - Você deveria tentar. É importante conhecer o próprio corpo. Mas não se sinta pressionada também. Cada um no seu tempo.

Manu fica pensativa com as palavras de Sarah.

VICTOR - (narrativa) Algumas pessoas às vezes perdem muito tempo pensando no que os outros vão pensar e não focam na própria felicidade. Eu me incluo nesse meio.

CENA 6: INTERNA. COLÉGIO ANGLO - SALA DE AULA. DIA

Rafael está na sala organizando seus materiais após uma aula. Kiara chega até ele, na sala vazia. Eles se beijam.

RAFAEL - Estava com saudades. Quer sair comigo hoje? Nós podemos pegar um quarto em algum motel. Você escolhe.
KIARA - Seu safado. Eu queria. Mas hoje não posso, eu tenho uma festa para ir.
RAFAEL - Festa? Mas que festa?
KIARA - Uma festa com algumas amigas de infância. Nada muito importante.
RAFAEL - Você não vai.

Kiara sorri sarcástica.

KIARA - Eu acho que você não entendeu. Eu não estou te pedindo. Eu estou avisando.
RAFAEL - E eu estou falando que você não vai.
KIARA - Você não é meu pai, Rafael.
RAFAEL - E por um acaso os seus pais sabem disso?
KIARA - Sim. Os meus pais deixam eu beber, desde que seja com supervisão.
RAFAEL - Não me importa. Você não vai e ponto.
KIARA - Eu não gosto quando você fala assim comigo. Acho babaca.
RAFAEL - Tem tanta coisa que você faz que eu acho babaca. Por isso que cada vez mais...
KIARA - Cada vez mais, o quê?
RAFAEL - Acho que o nosso namoro não vai pra frente. Não tem como?

Kiara abre um sorriso.

KIARA - Na-namoro? Você disse namoro? Tipo, eu e você? Nós somos namorados?
RAFAEL - Eu pensei que isso era óbvio. Você é a minha única, Kiara.
KIARA - Você também. Se você soubesse o tanto que eu gosto de você.
RAFAEL - Às vezes não parece.
KIARA - Me perdoa. Eu não vou mais para festa nenhuma. Eu vou ficar com você. Podemos sair para onde você quiser hoje à noite.

Kiara passa os braços ao redor do pescoço de Rafael e os dois se beijam.

VICTOR - (narrativa) Mas tem outros que já não precisam passar tanto tempo pensando no que os outros vão pensar. Eles já nascem sabendo. Manipuladores natos.

CENA 7: INTERNA. CASA DE VICTOR. DIA

Eliza está sentada, bem abatida. Márcia se senta ao lado dela.

ELIZA - Hoje fazem dois meses que o Thyago se foi...
MÁRCIA - É, hoje está completando dois meses. Dois meses sem o meu filho. E pensar que eu poderia ter evitado isso.
ELIZA - Como assim? Que história é essa?
MÁRCIA - Mais ou menos uma semana antes dele morrer, ele me procurou pedindo dinheiro.
ELIZA - Você falou que ele não havia te procurado. Você mentiu para mim.
MÁRCIA - Eu não estava pronta para falar sobre isso mãe. Foi o meu filho que morreu.
ELIZA - Por que você não deu dinheiro pra ele? Me fala. Por quê?
MÁRCIA - Eu sabia que ele iria comprar drogas. Eu sabia! Eu não podia mãe, eu não podia.
ELIZA - E por que você não me contou isso na época? A gente podia ter procurado ele.
MÁRCIA - Ele iria te procurar. Ele queria saber como a senhora estava. Mas...

Márcia desaba em lágrimas.

MÁRCIA - Eu acho que não deu tempo.
ELIZA - Meu netinho. Ele não merecia. Ele não merecia ter partido dessa maneira.
MÁRCIA - Eu nunca vou me esquecer de quando ligaram pra mim. E claro... De quando eu tive que reconhecer o corpo.

CENA 8: FLASHBACK. INTERNA. IML. NOITE

DOIS MESES ATRÁS. Márcia entra no lugar chorando muito. Um médico legista a guia até o corpo.

MÁRCIA - (off) Eu entrei naquele lugar muito abalada com a possibilidade do meu filho estar morto. Eu estava desesperada.

Junto do médico, Márcia chega ao necrotério muito desolada. O médico a leva até o corpo que está coberto por um pano branco. O homem abaixa um pouco o lençol para que Márcia consiga ver o rosto do cadáver.

MÁRCIA - (off)  Eu vi o meu filho morto. O rosto dele estava um pouco desfigurado, ele deve ter sido muito espancado antes de morrer...

A câmera foca em Thyago morto. Sua face está completamente roxa e cortada, cheia de hematomas. Em sua testa a marca de 2 balas, ele havia sido assassinado com tiros na cabeça. Márcia cai desacordada nos braços do médico ao ver o filho naquele estado.

MÁRCIA - (off) É uma cena que eu nunca vou esquecer. O meu filho, todo machucado, gelado numa cama de necrotério. É a coisa mais dura que pode existir para uma mãe.

CENA 9: INTERNA. CASA DE VICTOR. DIA

SONOPLASTIA: https://youtu.be/-cCPDtpM2f8

Márcia está chorando muito com as lembranças do acontecido. Eliza a abraça.

ELIZA - Essa dor ainda vai persistir aqui dentro por muito tempo, minha filha. Mas nós vamos aprender a lidar com ela.
MÁRCIA - (chorando) O normal é os filhos enterrarem os pais, e não o contrário. Eu nunca imaginei ver o meu filho daquele jeito.
ELIZA - Não é culpa sua, não é. Você fez de tudo meu amor, de tudo.
MÁRCIA - (chorando) Eu só quero minha vida de volta... Com os meus filhos. Era só isso que eu queria.
ELIZA - Vai ficar tudo bem, meu amor. Eu sei que vai. Deus vai nos proteger.

A câmera vai se afastando mostrando mãe e filha muito desoladas, abraçadas.

CENA 10: INTERNA. MANSÃO VENTURA. DIA

A tarde já chegou. Henrique entra com Victor em seu quarto. Sem que Victor perceba, ele tranca a porta.

HENRIQUE - E por fim, esse é o meu quarto.
VICTOR - Só o seu quarto é quase do tamanho da minha casa.
HENRIQUE - Para vai. Eu conheço lugares maiores.

Victor passeia pelo local. Ele observa atentamente cada detalhe nas prateleiras. Os objetos, como as miniaturas de personagens em quadrinho por exemplo, revelam alguns traços até então desconhecidos da personalidade de Henrique.

VICTOR - (narrando) O seu quarto diz muito sobre você. E o do Henrique não é diferente. Nas paredes, há uma grande explosão de cores. Uma bagunça visual. Pôsters, recortes, miniaturas. Um caos, assim como Henrique.

Enquanto Victor observa cada detalhe do ambiente, Henrique vai se aproximando dele aos poucos. Ele o abraça por trás e passa as mãos por volta de sua cintura.

Mais beijos, mais carícias, mais toques. Ventura se dedica ao pescoço do garoto, enquanto sua mão dedilha pela roupa, até chegar no meio das pernas de Victor que se arrepia.

VICTOR - Eu nunca fiz isso antes, Henrique.
HENRIQUE - Eu prometo que eu vou cuidar de você, confia em mim.

SONOPLASTIA: https://youtu.be/9QUbgMXKB_o

Victor se vira para Henrique de frente e os dois começam a se beijar. Um beijo lento, mas um pouco mais selvagem e com desejo. Henrique tira a camiseta que usava

Enquanto o beija, Victor aproveita o tronco desnudo do mesmo. Passa sua mão pelo peitoral do garoto, brinca com seus mamilos, desce pelo abdômen, tocando cada um dos gomos de sua barriga, por fim, chega até às calças de Henrique. Ele já está completamente duro. Duro a ponto de que seu pênis esteja marcado completamente pela calça.

HENRIQUE - Você é tão lindo, Victor.

Henrique leva as mãos até as nádegas de Victor, apertando o lugar. Victor arfa com o toque. Henrique é rápido em arrancar as roupas de Victor, o deixando apenas com sua cueca.

Em seguida, empurra o mesmo de costas na cama. Victor sente o membro duro de Henrique encostando em suas nádegas. Ele geme com as mãos firmes do moreno em seus ombros, assim como a respiração quente em seu ouvido.

Victor se deita e Henrique retira a cueca que ele usava. Ventura desce depositando beijos lentos por toda a extensão das costas de Victor, até chegar em suas nádegas. Ele beija e aperta, bem sensual.

Logo ele começa a realizar sexo oral na parte de trás de Victor, que geme contido. Ele segura firme no lençol da cama.

Victor inclina seu pescoço para que consiga beijar o moreno. Henrique pega o tubo de lubrificante que deixara ali por perto, molhando dois de seus dedos. Ventura beija Victor lentamente, enquanto vai pouco a pouco, levando seus dedos até a entrada do garoto.

VICTOR - Vai com calma, por favor.
HENRIQUE - Só relaxa.

Victor arfa e inclina as costas ao sentir os dedos de Henrique começando a penetra-lo. Ele se sente incomodado e quase pede para o moreno tirar, porém, maior do que o incômodo, é o prazer em sentir o corpo quente e suado de Henrique colado ao seu.

HENRIQUE - Está tudo bem?
VICTOR - (ofegante) Pode... Pode continuar.

Quando Victor finalmente consegue colocar inteiros, ele começa a movimentar. O desconforto sentido por Victor, se transforma em completo prazer. Ele morde o lábio interior e joga sua cabeça para trás, recebendo beijos de Henrique. Ele aumenta o movimento dos dedos.

VICTOR - (ofegante) Eu... Eu preciso de você dentro de mim.

Henrique retira seus dedos. Ele abre uma camisinha com cuidado, em seguida lubrifica o próprio pênis, antes de voltar a se posicionar atrás de Victor.

HENRIQUE - Você está pronto?

Victor assente com a cabeça. Henrique beija seu pescoço, morde seus ombros e masturba Victor, enquanto com cuidado, leva seu pênis até a entrada do garoto. Victor fecha os olhos ao sentir a glande inchada de Henrique tentando penetra-lo. Ventura força e só para quando está totalmente dentro do cacheado.

HENRIQUE - Posso continuar?
VICTOR - Sim... Está tudo bem, até então.

Enquanto se beijam, Henrique começa a mover sua cintura, indo para frente e para trás aos poucos. Ele sabe que tudo está correndo bem quando alguns gemidos começam a escapar dos lábios de Victor, e não são gemidos de dor, e sim de prazer.

O membro quente de Henrique pulsando dentro de si, a mão do moreno tocando seu pênis e os lábios rosados que não param nenhum minuto de o beijar e sussurar coisas gostosas em seu ouvido. Victor sente que vai enlouquecer de prazer.

CENA 11: INTERNA. MANSÃO FERNANDES. DIA

Ítalo está sentado em sua escrivaninha, mexendo no celular distraído. Ele abre a galeria e bebe um gole do suco que estava na mesa.

ÍTALO - Acho que está na hora de dar uma esvaziada aqui. Daqui a pouco eu não vou ter mais armazenamento nenhum.

Ele vai passando pelo rolo da câmera do aparelho. Podemos ver muitas fotos descontraídas de Victor, durante as aulas.

Em uma sequência podemos observar uma foto provavelmente batida sem que Victor tivesse percebido, enquanto ele copiava algo em seu caderno. Na segunda, uma foto de Victor notando que o rapaz tirava fotos dele. E na terceira, Victor apontando o dedo do meio para a câmera do celular. Ítalo esboça um sorriso.

ÍTALO - Nunca pensei que uma pessoa podesse revirar minha vida em tão pouco tempo...

Ele desliga o aparelho e fica pensativo. Sem que perceba, quase no automático, ele começa a arrancar as peles do canto de de seus dedos por conta da ansiedade. Na verdade pensar em Victor, era um motivo de grande ansiedade pra Ítalo.

VICTOR - (narrando) Parece estranho eu narrar uma cena de alguém pensando em mim, eu sei. Mas no fundo eu sei bem como o Ítalo se sente. Ele não tava tão nervoso só por mim em si, e sim pelo que eu representava. Se ele quisesse assumir para o mundo o que sentia, primeiramente ele teria que enfrentar o pai e falar sobre a sexualidade. Tudo isso para no fim correr o risco do sentimento nem ser recíproco. É um turbilhão de informações em no cérebro dele ao mesmo tempo.

Ítalo esboça uma expressão de angústia. Ele encolhe as pernas, retraído.

VICTOR - (narrando) É como em uma guerra. Quando duas grandes potências se enfrentam, os países menores tendem a se prejudicar. Era isso que estava acontecendo na cabeça do Ítalo. A razão e a emoção dele estavam em guerra, e quem sofria as consequências era ele.

A câmera vai se afastando aos poucos. Ítalo apaga a luz de seu quarto deixando ligado apenas as fitas de LED em cima, que deixavam o quarto em tons predominantes de azul.

CENA 12: INTERNA. CASA DE ALAN. DIA

Podemos escutar alguns gemidos. Evelly está por cima de Alan na cama. Ela faz movimentos de vai e vem em cima do rapaz. As respirações vão ficando mais ofegantes e os gemidos mais altos. Logo eles chegam ao ápice. Evelly sai de cima de Alan e se deita ao seu lado.

EVELLY - Eu gosto tanto de você.
ALAN - Eu também gosto de você.

Alan se levanta e coloca sua cueca.

EVELLY - Eu tenho que falar para a minha mãe sobre você. Sobre o fato da gente ter voltado e...
ALAN - Se acalma. A gente não voltou. Eu não tenho nenhum compromisso com você.
EVELLY - Mas... A gente está ficando há dias.
ALAN - Exato. Apenas ficando. Eu nem tenho intenções de ter um relacionamento sério.
EVELLY - Mas e como é isso? Você acha que vai ficar pra sempre apenas transando comigo?
ALAN - Um passo de cada vez, Evelly. Não vamos estragar o que a gente tem.

Alan beija Evelly na bochecha e ela se derrete. Basta muito pouco, para que o rapaz consiga controle total sobre a morena.

EVELLY - A gente pode até não ter nada sério. Mas... Você não fica com ninguém além de mim não, não é?
ALAN - Claro que não. Só com você.

Evelly volta para os braços do rapaz, que tem um sorriso de malícia no rosto.

CENA 13: INTERNA. MANSÃO VENTURA. DIA

Henrique e Victor estão sobre a cama de cueca. Os lençóis estão revirados. Victor está deitado sobre a barriga de Henrique, que brinca com os cachos bem definidos do mesmo. Victor está com o celular em mãos mostrando algumas fotos de sua família.

VICTOR - Essa é a minha avó.
HENRIQUE - Linda.
VICTOR - Claro, é da minha família.

Henrique sorri com a fala convencida de Victor.

VICTOR - Essa é a minha mãe, olha que linda. Ela seria modelo, fazia parte até de uma agência. Mas acabou engravidando do meu irmão e não deu muito certo.
HENRIQUE - Uma pena. Ela é bastante fotogênica, da para perceber.

Victor passa para uma foto de sua família completa. Sua avó, sua mãe, seu irmão e ele. Provavelmente tirada da época em que Thyago ainda morava com eles.

VICTOR - Essa é a minha família toda. Esse aqui do canto, é o meu irmão que faleceu.

Henrique se levanta assustado. Ele tira o celular das mãos de Victor e da um zoom no rosto de Thyago.

HENRIQUE - Eu conheço esse cara. Eu já vi ele.
VICTOR - Onde?
HENRIQUE - Eu já o vi conversando com o cara que... Bem, o cara que me vende.

CENA 14: FLASHBACK. INTERNA. COMUNIDADE. DIA

O flashback se inicia na primeira cena da série:
O dia está um pouco nublado. A câmera passeia pela comunidade, mostrando a explosão de cores presente no local. Os fios dos postes revirados e com alguns tênis dependurados.

HENRIQUE - (off) Isso deve ter mais ou menos uns dois meses, eu acho.

As casas são um pouco mal acabadas e os portões possuem bastante ferrugem. A cena corta para uma conversa entre Thyago e Sérgio.

THYAGO - Por favor, eu só preciso de mais um tempo.
SÉRGIO - Porra de tempo, meu irmão. Toda vez tu vem com essa história de tempo.
THYAGO - Não é tão fácil sair arrumando grana por aí. Eu preciso sim de tempo.
SÉRGIO - Da os teus pulos, meu parceiro. Na hora de vim comprar tu não precisou de tempo nenhum.
THYAGO - Caralho, eu não vou conseguir pagar isso hoje.
SÉRGIO - Isso já não é problema meu. Se tu não pagar o que tá devendo até sexta-feira, os caras vão estourar tua cabeça. Tô falando sério.

A câmera vai se afastando e mostra Henrique dentro de um carro estacionado ali perto.

HENRIQUE - (off) Não deu para escutar direito o que eles estavam conversando. Eu só estava lá parado porque eu queria comprar um pouco de maconha. Mas ele parecia estar ameaçando o seu irmão.

CENA 15: INTERNA. MANSÃO VENTURA. DIA

A cena volta para o quarto de Henrique. Victor parece angustiado.

VICTOR - Quem é esse cara? Me fala.
HENRIQUE - Eu não posso falar, Victor. Não é assim que funciona.
VICTOR - Não é assim que funciona é o caralho. Esse pode ter sido o cara que matou o meu irmão.
HENRIQUE - Victor calma. Você não sabe o que você está falando. Pode ser só uma coincidência.
VICTOR - Justamente. Me fala o nome dele, eu só quero investigar.
HENRIQUE - Eu não posso, Victor. Isso pode colocar a minha família em perigo.
VICTOR - A minha família já está em perigo. O meu irmão morreu com dois tiros na testa.

Victor encara Henrique.

VICTOR - Henrique, eu estou falando sério. Me fala, quem é esse cara?
HENRIQUE - Eu não posso, me desculpa.
VICTOR - Claro... Claro que você não pode. Para quê você vai dedurar o seu traficante se você precisa dele para se entupir de drogas, seu filho da puta? Não é isso?
HENRIQUE - Claro que não, Victor. Eu estou tentando te trazer para a realidade. Você quer se meter com gente perigosa.
VICTOR - Eu me meto com gente perigosa desde que eu nasci. Eu não cresci em uma redoma que nem você, desculpa.

Victor se levanta da cama nervoso e começa a se vestir.

HENRIQUE - Victor, fica calmo. Para onde você está indo? Não faz isso.
VICTOR - Sinceramente eu não tenho motivos para continuar aqui com você.
HENRIQUE - Mas e o que acabou de acontecer? Victor a gente acabou de ter um momento lindo.
VICTOR - Momento lindo? A gente só transou. Eu sei que foi só isso para você. Não vem bancar o romântico, não.
HENRIQUE - Você está muito enganado. Eu gosto de você de verdade.
VICTOR - Você está falando besteira.

Henrique puxa Victor pelo braço.

HENRIQUE - Victor, olha para mim. Eu gosto de você. Eu não paro de pensar em você desde o dia daquela festa. Você também gosta de mim?
VICTOR - Eu... Eu gosto de estar perto de você. Mas eu não posso mentir, eu sou apaixonado por outra pessoa. Por uma menina. Uma menina que mexe muito comigo.
HENRIQUE - Então quer dizer que a gente não tem a menor chance juntos?
VICTOR - Chance juntos? Você não quer me ajudar a descobrir quem matou o meu irmão, cara. Você é muito surtado, Henrique.

Victor termina de vestir a calça e a camiseta que usava antes do momento com Henrique. Ele caminha até a porta.

VICTOR - Eu espero não te ver mais daqui para a frente, Henrique.

Victor se retira do local. Os olhos de Henrique se enchem de lágrimas.

CENA 16: INTERNA. ESCRITÓRIO - COMUNIDADE. DIA

A câmera passeia pelo local, bem mal iluminado. Um armário cheio de gavetas com nomes de revendedores e planilhas mal feitas, pode ser avistado. Um homem está sentado enquanto Sérgio conversa com ele.

SÉRGIO - A polícia, tá na nossa cola. Tão batendo aqui no morro toda hora.
[...] - Você sabe em que passo anda a investigação?
SÉRGIO - Não tem como saber. Mas a rapaziada aqui imagina que eles já conhecem todos os donos de morro próximos. Só falta chegar... Bem, só falta chegar no senhor.

O homem se levanta. A câmera mostra que na verdade se trata de Humberto, pai de Ítalo.

HUMBERTO - Isso não pode acontecer. Nós temos que usar algum escudo de fumaça por enquanto.
SÉRGIO - Complicado. Se a polícia chegar nos traficantes internacionais, já era.
HUMBERTO - Eu não vou deixar. Eu tenho os meus contatos. Nada que não se resolva com alguns milhões. Policial é tudo igual.
SÉRGIO - Se o senhor está falando...
HUMBERTO - E a ficha de pendências? Todos já foram devidamente cobrados?
SÉRGIO - Sim, e os que não tinham como pagar foram eliminados.
HUMBERTO - Ótimo, bom que fica de exemplo. Esses boatos se espalham rápido. Chega de brincadeira, isso aqui é um negócio sério.

A câmera mostra Humberto com um olhar frio. Em sua mesa podemos ver uma ficha com o nome de algumas pessoas que compram maconha e cocaína na mão de Sérgio. Podemos ver o nome de Henrique e um pouco mais abaixo o nome de Thyago, com um "X" vermelho.

CENA 17: INTERNA. CASA DE MANU. DIA

A câmera passeia pelo quarto de Manu. O local é pequeno, mas confortável. Nas prateleiras muitos livros e objetos de sua infância.

MANU - Você consegue.

SONOPLASTIA: https://youtu.be/RpLZ6bYfBaQ

Ela se deita em sua cama, desliga a luz e deixa apenas o abajur ligado. Ela desabotoa a calça jeans que usava e fica apenas de calcinha. Ela coloca as mãos por cima da peça íntima e também massageia as pernas, a barriga e toda a região próxima a seu órgão genital.

Ela retira a peça que usava e passeia os dedos por toda a extensão de sua vulva. Ela faz movimentos circulares sobre o clitóris.

No começo parece um pouco desconfortável, mas logo vai se sentindo mais a vontade com toques. Ainda massageando o clitóris, ela penetra um dedo na abertura da vagina. Arfa com o próprio toque.

Com o dedo dentro de si, ela sobe a mão que passava por seu clitóris para os seios ainda cobertos pela camisa e pelo sutiã.

A câmera se afasta lentamente, mostrando Manu com as mãos entre as pernas. Em certos momentos ela ainda parece desconfortável, mas aos poucos vai encontrando um bom ritmo.

[Encerramento]: https://youtu.be/3hi2U8t2ZBs


 

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